artigodeluciovilar sobre o Grupecj
Lúcio Vilar
Epistemologias do Caderno B
Como sabemos, a produção acadêmica de um professor universitário não se mede pelo volume de sua carga horária em sala de aula. A valorização do docente passa, cada vez mais, e necessariamente, pela sua capacidade de articulação entre pesquisa e extensão, sendo esta a particularidade do colega Wellintton Pereira (prof. dr. do Decom-UFPB), que organizou a coletânea de textos sobre jornalismo cultural, cujo título tomei emprestado para nomear a coluna desta quarta-feira.
O livro (Ed. Manufatura, 179 páginas), será lançado hoje, às 20h00, no Parayba Café, com apresentação das professoras doutoras Olga Tavares e Sandra Moura. Trata-se de uma produção do Grupecj - Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo - e reúne artigos de Ana Carolina Porto, Daniel Abaht, Isabella Araújo, Maria Carolina Costa Madeira,, Suéllen Rodrigues Ramos da Silva, Viviane Marques, Rossana Gaia (professora doutora do CEFET-AL), Norma Maria Macedo (professora substituta do Decom) e Adriana Crisanto (repórter de Cultura de "O Norte").
Na orelha da obra, está revelado o foco da investigação através dos textos publicados: as impressões dos alunos-pesquisadores do Grupecj sobre os gêneros jornalísticos nos Cadernos B da imprensa pessoense, além de homenagem aos pioneiros das pesquisas em comunicação no Brasil: Luiz Beltrão e Marques de Melo.
Logo, trata-se de leitura obrigatória para coleguinhas do batente, especialmente para quem se debruça cotidianamente sobre o chamado jornalismo cultural, sejam editores e repórteres. E razões para isso é o que não faltam.
As práticas jornalísticas de nossos quatro diários são postas em debate, em cruzamento metológico inspirado na Sociologia Compreensiva e da Fenomenologia aplicadas ao segmento para checar que gêneros narrativos predominam, cotidianamente, nos "cadernos B" da Paraíba.
É fato que as muitas atribuições do dia-a-dia nas redações impedem e/ou desestimulam a busca pela reciclagem, quando não inibe o próprio exercício da leitura, tal é o volume de trabalho (pautas diárias, especiais, assessorias, etc.). O risco é de, ao não confrontar as práticas cotidianas com reflexões sobre o próprio trabalho executado, se cair num automatismo estéril e alienante, onde se perde parâmetros mínimos de avaliação da qualidade do jornalismo produzido.
Eis uma boa pedida para fugir desse risco e pensar um pouco mais no que cada um vem fazendo em seus respectivos cadernos, inclusive este colunista, que também foi alvo das investigações empreendidas. Sem falar no estímulo que é, para todos nós, encararmos artigos de alunos de graduação, bem escritos, provocativos e balizados por rigor metodológico devidamente fundamentado, sem necessariamente serem chatos ou enfadonhos.
1 Comments:
A observação do professor Lúcio Vilar é muito importante para entendermos o valor da pesquisa no campo do Jornalismo. Pena que os coleguinhas não dêem muita atenção à crítica feita à imprensa local.
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