Grupecj- Programa de Pós-Graduação em Comunicação- PPGC. UFPB

Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo- UFPB-Demid- Criado em março de 2002 Orientação: prof. dr. Wellington Pereira.

sexta-feira, junho 27, 2008


Grupo da UFPB ganha prêmio nacional em jornalismo



O Grupo de Pesquisa sobre o Cotidiano e o Jornalismo do curso de Comunicação Social da Universidade Federal da Paraíba (Grupecj/UFPB), coordenado pelo professor Doutor Wellington Pereira, foi o grande vencedor da categoria “grupo inovador” do Prêmio Luiz Beltrão de Ciências da Comunicação 2008 outorgado pela Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) a pesquisadores e instituições cientificas.

“Vencer o Prêmio Luiz Beltrão se reveste de grande importância para pesquisadores da área de comunicação em todo país. Para nós paraibanos, o significado é muito especial, pois foi em João Pessoa que Luiz Beltrão criou o primeiro Curso de Jornalismo da Paraíba”, disse o professor Wellington Pereira que criou o Grupecj há cerca de seis anos.

Está é a primeira vez que um grupo de pesquisa do Nordeste recebe um prêmio de grande relevância na área cientifica da comunicação. “A alegria se completa através do grupo de pesquisadores que vêm atuando no Grupecj e demonstram talento a cada publicação: resistindo às tentativas de sucateamento da universidade pública”, acrescentou Wellington Pereira.

A entrega solene dos diplomas aos vencedores do Beltrão 2008 será realizada na noite de 4 de setembro, das 19h às 21h, na cidade de Natal, no Rio Grande do Norte, durante o XXXI Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, contando com o apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e do Programa Globo Universidade.

Na categoria “Maturidade Acadêmica”, a vencedora foi à professora Marialva Barbosa, autora do livro “História Cultural da Imprensa” e fundadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFF, vem se destacando pelo seu espírito dinâmico e realizador.

Venceram como “Lideranças Emergentes” as professoras Cosettte Castro (UNESP) e Ivone de Lourdes Oliveira (PUC Minas). Cosette integra o Programa de Pós-Graduação em Televisão Digital da Unesp de Bauru, consultora da Comisión Económica para América Latina (CEPAL), órgão da Unesco localizado no Chile - 2007; coordenadora da pesquisa "As Indústrias de Conteúdos na América Latina", em 11 países da região, onde analisa o desenvolvimento da mídia analógica e o crescimento da mídia digital e da convergência tecnológica nos países estudados.

Ivone é diretora da Faculdade de Comunicação e Artes da PUC-Minas, que tem ao longo dos anos contribuído para o fortalecimento do campo de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas no Brasil, tendo sido eleita, pela segunda vez consecutiva, vice-presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores de Comunicação Organizacional e de Relações Públicas (Abrapcorp).

Sobre o prêmio Luiz Beltrão

O prêmio Luiz Beltrão pretende homenagear o pioneiro da pesquisa científica em comunicação no Brasil, bem como sinalizar às novas gerações, reconhecendo a excelência do trabalhado realizado nas universidades por docentes e pesquisadores, bem por entidades que fomentam estudos ou desenvolvem projetos comunicacionais relevantes para o desenvolvimento sócio-cultural. Na categoria “instituição paradigmática”, foi vencedora a centenária Imprensa Oficial do Estado de São Paulo.

Os candidatos ao prêmio, em cada uma das categorias, são indicados anualmente pela comunidade acadêmica da área, cabendo a decisão final a um júri presidido pelo fundador da Intercom, o professor Doutor José Marques de Melo. Integram esse colegiado, composto por 20 personalidades, os antigos e o atual presidente dessa associação, bem como pelos vencedores da categoria maturidade acadêmica em anos anteriores (Moacir Pereira, Sergio Capparelli, Sergio Mattos, Muniz Sodré, Antonio Costella, Carlos Eduardo Lins da Silva, Ana Arruda Callado, Murilo César Ramos, Adísia Sá e Antonio Hohlfeldt). A coordenação geral do Prêmio Luiz Beltrão está a cargo da professora Maria Cristina Gobbi, diretora-suplente da Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação.

Sobre o GRUPECJ

O Grupo de Estudos sobre o Cotidiano e Jornalismo (Grupecj) surgiu no ano de 2002. Foi idealizado pelo professor doutor Wellington Pereira, que recém chegado de seu doutorado na França, sentia a necessidade de maiores discussões sobre pesquisa na área de comunicação e engajamento por parte dos professores e estudantes do curso. Reuniu um pequeno grupo de alunos e ex-alunos para estudar, pesquisar e analisar sobre todas as questões que envolvesse a comunicação social, em especial o jornalismo.

O grupo conta com a participação de alunos da graduação em jornalismo, ex-alunos, da Pós-Graduação em Sociologia e Comunicação Social (cursos da UFPB) e profissionais da imprensa paraibana.

Nestes seis anos de existência o grupo publicou: Leituras do Cotidiano (Editora Manufatura, 2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (Editora Manufatura, 2004), Epistemologia do Caderno B (Editora Manufatura, 2006) e mais agora O Príncipe Lê Jornais – cotidiano e poder nos jornalismo impresso (2008).

O Grupecj é hoje um dos grupos de estudo de maior referência no país nos estudos sobre jornalismo. Neste período o grupo já promoveu seminários e foi um dos selecionados na carteira professor de graduação do Programa Jornalismo Cultural 2007/2008 do Rumos Itaú Cultural, como o projeto Epistemologia do Caderno B.

Pesquisa em andamento - No início deste semestre o grupo deu início à nova pesquisa que se chamará “O corpo e a anatomia impressa” – apresentação do corpo humano nos jornais de João Pessoa (PB). O projeto tem o objetivo de estudar a apresentação dos corpos humanos no jornalismo impresso. A nova pesquisa busca referências aos leitores para que eles possam entender como o corpo humano sofre transformações estético-lingüísticas quando é utilizado para ratificar as categorias e os gêneros jornalísticos.

O estudo dos corpos nos jornais é de suma importância uma vez que trata de uma leitura interdisciplinar sobre as formas de construções das realidades linguageiras no campo da mídia. Os mais diversos estudos sobre o corpo têm demonstrado as transformações corpóreas que aponta para a investigação da sexualidade, da política, e da religiosidade. Todos esses campos apontam para os constrangimentos sofridos pelo corpo, a partir das determinações sócio-culturais de como se vestir, se alimentar, fazer sexo e vender produtos utilizando corpos. A importância do estudo enfatiza uma questão pouco discutida nos estudos do jornalismo impresso: a utilização do corpo humano como signo referencial e ilustrativo da informação jornalística. Ou seja, demonstrar qual o papel do corpo na “legitimação” das informações impressas.

Sobre o coordenador

Wellington José de Oliveira Pereira é professor do Departamento de Comunicação da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), programa de Pós-graduação em Sociologia e do programa de Pós-graduação em Comunicação Social da UFPB. É doutor em Sociologia pela Université Paris V, Sorbonne. Graduado em Jornalismo e mestre em Literatura também pela UFPB. É autor dos livros: As possibilidades do róseo (1982), O beijo da noiva mecânica: ensaio sobre mídia e cotidiano (2002), Chanel 19: histórias no feminino (2000), Diário de um Zappeur (2006), Vovó nos protege? – histórias infantis para gente grande (2006). É o organizador das coletâneas: Leituras do Cotidiano (2002), O Trabalho de Sísifo – jornalismo e vida cotidiana (2004), Epistemologia do caderno B (2006) e O Príncipe Lê Jornais – cotidiano e poder nos jornalismo impresso (2008).
Por Adriana Crisanto, especial para o Portal Correio